O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um discurso no domingo (17/3) após conquistar mais uma eleição presidencial. Resultados preliminares divulgados pela TV estatal Russia-24 indicaram que Putin obteve cerca de 88% dos votos, garantindo sua permanência no poder por mais cinco anos, até 2030.

Putin expressou gratidão aos eleitores e afirmou que a Rússia nunca será "intimidada". "Ninguém jamais conseguiu isso na história. Não funcionou hoje e não funcionará no futuro", destacou.

O presidente reeleito classificou a morte de seu principal opositor, Alexei Navalny, como um "acontecimento triste". Ele mencionou que, poucos dias antes do falecimento de Navalny, havia sido proposta uma troca de prisioneiros com países ocidentais, na qual Navalny faria parte. "Você pode acreditar em mim ou não, mas a pessoa que me falou sobre a proposta não havia terminado a frase e eu já concordei: 'Vamos mudá-lo para que ele não volte'", alegou Putin.

Os únicos concorrentes de Vladimir Putin foram Nikolai Kharitonov, do Partido Comunista; Leonid Slutsky, do Partido Liberal Democrata; e Vladistav Davankov, do Novo Partido Popular. Todos foram autorizados pelo próprio presidente, por serem considerados "amigáveis" ao Kremlin.

No entanto, o pleito ocorreu em meio a uma forte repressão aos opositores. Alexei Navalny, principal líder da oposição russa, faleceu de forma repentina em uma prisão em fevereiro, onde cumpria pena por "extremismo político". Outros candidatos opositores, como Boris Nadezhdin, tiveram suas candidaturas proibidas pelas autoridades eleitorais.

A viúva de Alexei Navalny, Yulia Navalnaya, tem se destacado como uma voz forte da oposição desde a morte de seu marido. Ela tem apelado aos russos para que votem em qualquer nome que não seja o de Putin ou para que escrevam Navalny em letras grandes na cédula. "Você pode estragar a cédula", disse Yulia Navalnaya.